Pioneiro do afrofuturismo no cinema, o cineasta camaronês Jean-Pierre Bekolo é uma das grandes atrações da II Afrika XX, que acontece no Cine Passeio, em Curitiba, entre os dias 08 e 14 de agosto.

A mostra realizada pela Cartografia Filmes traz uma seleção de filmes pioneiros do continente africano, com destaque para obras que inovam na linguagem e exploram temas diaspóricos e pós colonialistas. Uma oportunidade imperdível para o público curitibano conhecer e apreciar o cinema africano de uma nova perspectiva.

Cena de Quartier Mozar, de Jean-Pierre Beloko que abre a Afrika XX em Curitiba.

Bekolo estará presente na sessão de abertura do festival que exibe seu aclamado filme “Quartier Mozart”, de 1992, seguido de um debate aberto ao público no dia seguinte. O cineasta, conhecido por abordar questões sociais e pós-coloniais também ministrará a oficina “O poder transformador do cinema afrofuturista” entre os dias 09 e 11 de agosto, já com as vagas esgotadas.

A mostra II Afrika XX busca encurtar a distância entre África e Brasil, promovendo a distribuição de filmes africanos em salas de cinema brasileiras. A iniciativa visa descolonizar o olhar do público, aprofundando o conhecimento sobre a produção cinematográfica africana e quebrando os clichês frequentemente associados ao continente.

O que é afrofuturismo

O afrofuturismo é um termo usado para definir a convergência da visão afrocêntrica com a ficção científica, inserindo a negritude em um contexto de tecnologia e projeções sobre o futuro. O conceito levanta possibilidades de vivência negra em mundos que não são marcados pelo racismo e pela opressão, funcionando como crítica à realidade atual.

Segunda matéria do Nexo Jornal, o  termo foi cunhado pelo crítico cultural e acadêmico americano branco Mark Dery em 1994. Dery usou o termo no ensaio “Black to the Future”, em que especula sobre o motivo de haver tão pouca ficção científica de autoria negra.

No fim da década de 1990, a socióloga americana Alondra Nelson propagou a ideia numa lista de discussão online chamada Afrofuturism que reunia acadêmicos, artistas e pesquisadores para discutir as possibilidades e aplicações do conceito.

“O termo foi escolhido como o melhor guarda-chuva para os interesses da lista [incluindo] imagens de ficção científica, temas futuristas e inovação tecnológica na diáspora africana”, explicou Nelson em um ensaio de 2002.

Serviço

II AFRIKA XX

Quando: 08 a 14 de agosto de 2024

Onde: Cine Passeio (R. Riachuelo, 410, Curitiba)

Tudo sobre a II Afrika XX aqui.

LEIA TAMBÉM: Em série, Nei Lopes investiga as raízes africanas do Rio 

 

0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Compartilhar.

Sandro Moser é jornalista e escritor.

Patrocínio

Realização

Fringe é uma plataforma de comunicação e entretenimento sobre arte e cultura brasileiras criada dentro do Festival de Curitiba e conta com o patrocínio da Petrobras

wpDiscuz
0
0
Deixe seu comentáriox
Sair da versão mobile