O teatro contemporâneo produzido no Peru é o foco da programação do MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, que acontece entre os dias 5 e 15 de setembro na cidade de Santos (SP). Idealizado pelo Sesc São Paulo, o evento chega à sua 7ª edição com 33 espetáculos de 10 países. Neste ano, teremos produções vindas da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Peru, Portugal, Uruguai e, claro, do Brasil.

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A curadoria do festival, feita por Márcio Abreu e Cristina Moura, busca escalar obras que abordam questões indígenas e de colonização, relações com a natureza, gênero e identidades, migrações e ciclos de violência.

Cordilheira Teatral

O país homenageado, contudo, será o Peru, com onze obras na programação do Mirada. Oito delas são espetáculos teatrais, e outras três são apresentações musicais e performáticas que integram o Ponto de Encontro, agenda boêmia-artística do festival.

Segundo o texto de apresentação do Mirada, a homenagem traça “um panorama artístico significativo, pois é representado por diferentes gerações de criadores e suas concepções cênicas, deste que é um dos importantes países atravessados pela Cordilheira dos Andes e onde, há milhares de anos, sagrava-se a memória em um templo teatral”.

Abertura dupla

Dois espetáculos peruanos serão encenados na abertura do Mirada. A companhia Yuayachkani, que tem mais de 50 anos de existência, apresenta a céu aberto o espetáculo El Teatro Es un Sueño, no dia 5, em frente ao Sesc Santos, com uma homenagem ao teatro em diversas linguagens e textos importantes das artes cênicas.

Elenco da peça Esperanza que está na programação do Festival Mirada. Foto: Divulgação

No mesmo dia, Esperanza, de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, será apresentado no palco italiano do teatro do Sesc Santos. O espetáculo traz uma família aguardando a visita de um candidato às eleições municipais em um tumultuado início dos anos 80.

Somados, grupos da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai apresentam 12 espetáculos. Há ainda 13 espetáculos brasileiros de diversos estados, apresentando a pluralidade da produção nacional, com artistas e companhias do Amazonas, Ceará, Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Florestânia

Outro momento da abertura do Mirada 2024 será a inauguração da instalação Florestânia, de Eliana Monteiro, que ficará aberta ao público durante todo o festival.

Montagem da instalação Florestania, uma das atrações do Mirada 2024. Foto: Joy Ballard, Divulgação Sesc/SP

A obra convida o público a romper com a lógica do cotidiano e dos centros urbanos, com um conjunto de 13 redes confeccionadas em fibras de buriti por mulheres de quatro etnias indígenas da Amazônia brasileira e uma da Amazônia peruana, dispostas para o público se deitar enquanto ouve sons da floresta.

Os ingressos estão à venda pelo app Credencial Sesc SP, pelo site e nas bilheterias das unidades.

 

 

 

 

 

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Sandro Moser é jornalista e escritor.

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