“A construção de Brasília foi uma obra de arte coletiva”, explica Paulo Herkenhoff, curador da exposição Brasília, a arte do planalto, recém-inaugurada no Museu Nacional da República.

A mostra, que tem co-curadoria de Sara Seilert, aborda a dimensão estética do surgimento de Brasília e, ao mesmo tempo, põe em destaque um elenco de agentes culturais da capital e das cidades-satélites. Com entrada franca, a exibição ficará em cartaz até 24 de novembro de 2024, de terça-feira a domingo, das 9h às 18h30.

Obra da exposição em cartaz no Museu Nacional. Foto: divulgação

Brasília, a arte do planalto chega para expandir o olhar para o hoje e para a arte que é feita no Centro-Oeste, mais especificamente nesta região do planalto central brasileiro, onde, há mais de sessenta anos, foi instalada Brasília. Segundo Paulo Herkenhoff, a conceituação da exposição perfaz um arco histórico, desde a criação da cidade até os atuais movimentos em defesa da democracia e da liberdade. “Se Brasília é uma epopeia notável no plano internacional, sua história da cultura se desdobra, ao longo de seis décadas, em brasilienses e brasileiros de todos os recantos.”

Exposição

Com uma quantidade impressionante de artistas, desde os já consagrados no mercado da arte até os contemporâneos, a mostra reúne mais de 200 itens. A exibição conta com documentos históricos, como o diploma de candango – conferido aos operários que levantaram a nova cidade por Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil de 1955 a 1961, responsável pela construção de Brasília e a transferência do poder do Rio de Janeiro para o planalto central; o croqui do plano piloto assinado por Lúcio Costa; e o manuscrito de Oscar Niemeyer sobre o monumento JK.

Construção da capital foi uma obra de arte coletiva. Foto: Divulgação

Segundo o curador, a ideia que direcionou a exibição foi a de reproduzir uma grande festa do olhar, mostrando que a capital federal, que não se reduz à sua esfera política, é intensa, ampla e surpreendente. “Essa mostra significa também um encontro entre dois olhares curatoriais. Porque agora nós unimos os olhares a Sara Seilert, que dirigia o Museu Nacional da República, e eu. Então nós buscamos produzir um olhar sobre Brasília. Assim, já não é mais apenas um olhar de fora”, finalizou o curador.

A mostra representa, segundo os curadores, “a diversidade da arte contemporânea do Distrito Federal”, assim como o seu processo histórico e espontâneo. Ao visitar a mostra, o público é convidado a compreender a região geográfica em toda a sua potência criativa.

Obra de Evandro Prado faz parte da exposição. Foto: Divulgação

Homenagem

O projeto é também uma homenagem à escritora Vera Brant, uma das habitantes pioneiras da capital. Sua amizade com figuras centrais da história brasileira, como o antropólogo e fundador da UnB, Darcy Ribeiro, o presidente Juscelino Kubitscheck e o poeta Carlos Drummond de Andrade, reforçam a centralidade e a importância de Brant na construção das relações sociais da cidade capital.

Exposição Brasília, a arte do planalto

Onde: Museu Nacional da República, Brasília, Setor Cultural Sul, Lote 2

Quando: Terça-feira a domingo, das 9h às 18h30, até 24 de novembro

Quanto: Entrada gratuita

 

 

 

 

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Sandro Moser é jornalista e escritor.

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