No último fim de semana, o Instituto Inhotim inaugurou três novas exposições com obras de renomadas artistas contemporâneas. As mostras destacam os trabalhos de Pipilotti Rist, Rebeca Carapiá e Rivane Neuenschwander, e as intrincadas conexões entre arte, natureza, corpo e política.

De acordo com Júlia Rebouças, diretora artística do Inhotim, nesta segunda inauguração de 2024, as artistas        convocadas têm grande contribuição para a produção contemporânea, além da forte conexão com o projeto curatorial do Inhotim.

“A começar pela obra de Pipilotti Rist, que foi filmada no Inhotim há 20 anos, mas somente agora será apresentada no museu. Rivane Neuenschwander também é uma artista que perpassa o acervo, com uma obra em permanente exibição, cuja presença é amplificada por uma mostra individual inédita. Rebeca Carapiá, por sua vez, participou de exposições coletivas ao longo de 2023, mas neste momento apresenta uma obra desenvolvida no museu, em colaboração com suas equipes”, afirmou.

Tangolomango 

Pintura, fotografia, instalação e vídeo na mostra Tangolomango: Foto: Divulgação

Na Galeria Mata, a artista belo-horizontina Rivane Neuenschwander apresenta a mostra individual Tangolomango (2024). A exposição reúne obras em diversas linguagens, como pintura, fotografia, instalação e vídeo, e de diferentes décadas. As peças se atualizam nas pesquisas mais recentes da artista, ao lidar com questões relativas à infância, história, ecologia e política.

Entre os trabalhos expostos estão: V.G.T. (Ame-o ou deixe-o) (2023), J.B. (Piracema: uma transa pós-amazônica) (2023), Trôpego Trópico (2022), Eu sou uma arara (2022), O Alienista (2019), Alegoria do Medo (2018), Caça ao fantasma (2018), (WAR) (2017), Cabra-cega (2016), Zé Carioca e seus amigos (2005) e Andando em Círculos (2000). A panorâmica Tangolomango tem curadoria de Júlia Rebouças, Beatriz Lemos e Douglas de Freitas.

A artista Rivane Neuenschwander está com exposição no Inhotim. Foto: Divulgação

Desde 2009, a artista também exibe no acervo do Inhotim a obra Continente/Nuvem (2008), instalada em uma casa que preserva parte da história do museu. Datada de 1874, a construção é uma das mais antigas da região, remanescente da antiga fazenda que existia no terreno.

Apenas depois da chuva 

Obra da exposição ‘Depois da Chuva” da artista Rebeca Carapiá no Inhotim. Foto: Divulgação

Já a instalação escultórica Apenas depois da chuva (2024), de Rebeca Carapiá, é composta por 20 peças de aproximadamente cinco metros cada. Comissionada pelo Inhotim, a obra será exibida no lago próximo à Galeria Mata e à Galeria True Rouge, de Tunga, a partir de 19 de outubro.

A obra resulta de uma imersão da artista na Serra da Capivara, no Piauí. Rebeca Carapiá explora a relação entre a água e o território, refletindo sobre os desenhos e esculturas encontrados na região. Durante a pesquisa, a artista desenvolveu os desenhos que compõem a instalação. Nascida em Salvador (BA), Carapiá é reconhecida por suas esculturas em ferro e cobre, que revelam uma linguagem única e poética.

Rebeca Carapiá pesquisou a Serra da Capivara para sua exposição. Foto: Diculgação

A instalação tem curadoria de Beatriz Lemos e Deri Andrade e foi realizada com a colaboração do serralheiro Gabriel Silva Santiago e da equipe de Serralharia do Inhotim. A monumentalidade das peças foi possível graças ao apoio técnico das equipes de Ateliê e Produção do museu.

Pipilotti Rist

Fantasia, sonho, humor e desejo na mostra de Pipilotti Rist.  Foto: Divulgação

Por fim, a artista suíça Pipilotti Rist, referência mundial da videoarte, ocupa a Galeria Fonte com a instalação imersiva Homo sapiens sapiens (2005). O trabalho, filmado nos jardins do Inhotim e exibido originalmente na Bienal de Veneza de 2005, é adaptado agora para o espaço do museu, transformando o teto da galeria em uma tela de projeção.

O público é convidado a se deitar em camas, pufes e tapetes para assistir à obra, enquanto a trilha sonora, assinada pela própria Rist em colaboração com Anders Guggisberg, envolve o ambiente. A curadoria é de Douglas de Freitas e Lucas Menezes.

Segundo os curadores, a exposição reflete sobre a “interseção entre o corpo humano, a natureza e o cosmos, abordando temas como fantasia, sonho, humor e desejo.”

Um autorretrato da artista suíça Pipilotti Rist na mostra de Inhotim. Foto: Divulgação

Novas exposições: Homo sapiens sapiens, de Pipilotti Rist, na Galeria Fonte, em exibição até 2026; Tangolomango, de Rivane Neuenschwander, na Galeria Mata, em exibição até 2026; e Apenas depois da chuva, de Rebeca Carapiá, instalação no Lago True Rouge.

Onde: Instituto Inhotim, Rua B, Povoado Inhotim (Conceição do Itaguá), 20, Brumadinho (MG)
Quando: De quarta a sexta-feira, das 9h30 às 16h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30. Nos meses de janeiro e julho, o Inhotim abre também às terças-feiras.
Quanto: entrada: R$ 50 e R$ 25 (meia).

Compartilhar.
Deixe seu comentário

Patrocínio

Realização

Fringe é uma plataforma de comunicação e entretenimento sobre arte e cultura brasileiras criada dentro do Festival de Curitiba e conta com o patrocínio da Petrobras

Sair da versão mobile