Zezé Motta é uma estrela da vida inteira. Com uma carreira de mais de 50 anos na televisão, no cinema e na música, Zezé, que sempre brilhou, está tendo um ano especialmente iluminado. Ela, que – numa coincidência litero-imobiliária daquelas – mora no mesmo apartamento em que viveu Clarice Lispector, no aprazível Leme, na zona sul do Rio de Janeiro, tem rodado o país participando de inúmeros eventos literários como militante do Movimento Negro Unificado.
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A música, que sempre andou ao lado de sua carreira de atriz, veio para a boca de cena, com força, em 2024 e Zezé tem feito mais shows que em anos recentes. Eu mesmo a vi roubar a cena no no Rio Jazz Festival, com grande versatilidade em todos os campos da black music.
Assim, o show que ela faz hoje, dia 1º de novembro, no Teatro Rival Petrobras, é imperdível. O concerto “Coração vagabundo – Zezé canta Caetano”, em que interpreta 22 obras do compositor num show intimista de voz e piano, acompanhada pelo maestro Ricardo Maccord, promete encantar.
Unhas negras e íris cor de mel
O espetáculo é um alento àqueles que curtem MPB, as obras de Caetano e o poderoso timbre contralto de uma artista que é ícone negro da cultura brasileira. Zezé Motta faz uma releitura de seu próprio show lançado nos anos 1990, mas com uma roupagem voz e piano, criando um cenário aconchegante e caloroso.
No repertório, estão músicas como “Pecado original”, “Luz do sol”, “O ciúme”, “Odara”, “Esse cara”, “Sampa” e, claro, “Tigresa”. Em 2015, Caetano revelou a Nelson Motta que sua poderosa canção foi feita para Zezé. Sim, ela é a atriz de unhas negras que trabalhou em Hair, uma beleza que apareceu no Brasil e que pode mais que qualquer leão.
Zezé Motta canta Caetano
Onde: Teatro Rival Petrobras – Rua Álvaro Alvim, 33/37 – Centro, Rio de Janeiro
Quando: 1º de novembro, às 19h
Quanto: R$ 60 (inteira), R$ 30 (meia) neste link