Obituário – Nascido no Rio de Janeiro em 1940, o pianista Arthur Moreira Lima, que morreu na quarta-feira passada, dia 30, em Florianópolis (SC), se consagrou como intérprete de compositores eruditos e populares. Ele gravou obras dos românticos Frédéric Chopin e Franz Liszt e dos modernistas Serguei Prokofiev e Villa-Lobos, além de transpor para o piano o choro de Ernesto Nazareth.

Em homenagem ao pianista, a Rádio USP transmitiu, nesta sexta-feira, dia 1º, às 7 horas, o programa especial Arthur Moreira Lima. Com produção e apresentação do radialista Cido Tavares, o programa abordou a vida e o legado de Arthur Moreira Lima e exibiu músicas interpretadas por ele, como Odeon, de Ernesto Nazareth, O Trenzinho do Caipira, de Villa-Lobos, e – numa parceria com o cantor Ney Matogrosso – Quem Sabe, de Carlos Gomes e Bittencourt Sampaio.

Ouça neste link o programa especial Arthur Moreira Lima, da Rádio USP, transmitido no dia 1º de novembro de 2024. A produção e apresentação são do radialista Cido Tavares.

Um dos maiores pianistas da história do Brasil, Arthur Moreira Lima se destacou em duas das principais competições de música do mundo: em 1965, ficou em segundo lugar no Concurso Internacional de Piano Frédéric Chopin e, em 1970, obteve o terceiro lugar no Concurso Tchaickovsky. Ele se apresentou ao lado de algumas das principais orquestras do mundo, como as Sinfônicas de Berlim, Viena e Praga e as Filarmônicas de Leningrado, Moscou e Varsóvia.

No Brasil, entre os artistas e grupos com quem trabalhou, um dos destaques é o conjunto Época de Ouro, fundado por Jacob do Bandolim, o cantor e violeiro Elomar Figueira Mello, e os maestros e multi-instrumentistas Paulo Moura e Heraldo do Monte.

A partir da década de 1990, Lima passou a se apresentar com maior frequência em espaços públicos para a população sem acesso às salas de concertos e espetáculos. Tocou em eventos no Morro da Mangueira e na Favela da Rocinha, além de percorrer o país a bordo do caminhão-teatro, a partir de 2003, realizando concertos gratuitos. O projeto chamado “Um Piano pela Estrada” levava música a locais onde o acesso à cultura era precário, com mais de 500 concertos realizados.

Com informações da Agência Brasil/EBC e Jornal da USP

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