“Boa noite”. Com uma voz de timbre grave, quase como a de um baixo em um naipe de um coral, Diogo Nogueira saudou a plateia lotada do Teatro Guaíra na noite desta quinta (23) antes de emendar Sangrando, clássico de Gonzaguinha. Quando o cantor “soltou a sua voz” foi como se dissesse: hoje à noite vai ter emoção e vai ser de Samba.

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Do alto dos seus 43 anos, Diogo Nogueira, filho do lendário João Nogueira, o fundador do Clube do Samba, e criado nas melhores rodas que embalavam o ritmo pelo Rio de Janeiro, o cantor e compositor não deixou por menos.

Acompanhado de uma bela banda e pelo ótimo coral de colaboradores da Sanepar (companhia de saneamento do Paraná), o artista, simpático, tratou logo de chamar o público para cantar outro hit, assim… logo na sequência. Andança, composta por Edmundo Souto, Danilo Caymmi e Paulinho Tapajós em 1968, ficou famosa da voz de Beth Carvalho, mas como todo samba, é entoada pelos maiores intérpretes do estilo, como é o caso de Diogo.

Todo Menino é um Rei de Roberto Ribeiro e Clareou, de Xande de Pilares, fecharam o primeiro bloco do show com o artista, dando espaço para uma apresentação solo do Coral da Sanepar que misturou samba e ritmos latinos. Com regência de Cristiane Alexandre e Dirceu Saggin, o grupo conta com funcionários e ex-colaboradores da companhia.

Diogo Nogueira cantou, sambou e emocionou a galera. Foto: Judy Anverce

O bloco, curto, logo deu espaço ao cantor novamente com mais um desfile de clássicos da música brasileira. Fato Consumado (Djavan), Samba de Arerê (Grupo Revelação), O que é O que é (Gonzaguinha), Nação e Canto das Três Raças (Clara Nunes) e já na finaleira Pé na Areia (composição de Diogo) e Tá Escrito (Grupo Revelação), foram alguns dos hits que fizeram a plateia do Guairão cantar em uníssono como se estivesse em uma verdadeira roda de samba, afinal era isso mesmo que todo mundo ali esperava: uma grande festa no ritmo mais brasileiro de todos.

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O show fez parte da programação da 42° Oficina de Música de Curitiba que conta com diversas atrações. Neste ano, o evento homenageia Chiquinha Gonzaga, compositora, pianista e maestrina que rompeu tabus ao se consagrar como uma musicista reconhecida tanto por suas obras eruditas quanto por suas composições populares, conquistando o público brasileiro. A Oficina de Música acontece até o dia 2 de fevereiro.

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Jornalista, DJ e especialista em música brasileira

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