Ele conquistou Lulu Santos, jurado do programa The Voice, da TV Globo, na edição de 2017. Antes disso, em 2015, já havia lançado o disco Crônicas de um Sonhador, onde discorria na faixa título como viver de música era quase uma utopia. Para ele, muita coisa mudou de lá para cá, inclusive a conquista de três prêmios do Grammy Latino, em 2024, desbancando nomes como Marisa Monte, Djavan, Elza Soares, Milton Nascimento e Chitãozinho e Xororó.
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O paulista de Osasco viu seu segundo disco Se o Meu Peito Fosse o Mundo, ultrapassar as fronteiras e chegar a esses prêmios. E não foi à toa. São 10 faixas produzidas com muito bom gosto que misturam soul music, bossa nova, forró e funk. Uma ecleticidade que foi produzida por Felipe Vassão, Rodrigo Lemos e Marcus Preto, além das lindas participações de Xênia França em Naise e os Gilsons em Feito A Maré.
A Ordem Natural das Coisas, do rapper Emicida, ganhou uma roupagem totalmente nova e cheia de personalidade, com arranjos de metais e violões cheios de ritmo. Mas o destaque mesmo fica por conta de Ouro Marrom. Com uma belíssima letra e só com voz e violão, Jota Pê fala sobre o racismo.
“Foi ideia dos produtores deixar a música só com violão e minha voz”, diz o cantor. “A gente tinha feito um arranjo lindo, com outros instrumentos, mas eles me convenceram de que a música, até pelo tema, pedia um arranjo que priorizasse a letra”.
Segundo Jota.pê, é a primeira canção em que ele aborda o tema do racismo. “Pela primeira vez eu me senti à vontade para falar sobre a minha visão de homem negro, falar de coisas que eu queria que mudassem. Falo de um lugar de esperança.” Contou ao portal A Gazeta.
Por vezes comparado a Djavan, ele concorda que o artista é uma de suas influências e ainda aponta Cássia Eller e Lenine como parte de sua inspiração. Para ficar de olho! Ouça.