A grande cantora brasileira Elis Regina faria 80 anos nesta segunda-feira (17). É tempo de ouvir Elis e desfrutar as muitas ações para celebrar sua obra e legado. Uma série de projetos que incluem os resgate de gravações antigas e pessoais da cantora com o uso de Inteligência Artificial.

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As oito décadas de nascimento de Elis começaram a ser celebradas com a grande exposição no Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo que abriu na semana passada e o lançamento de um filme documentário Elis & Eu – filme que retrata a cantora sob a ótica do filho primogênito da artista, o produtor João Marcello Bôscoli.

O filme apresenta uma nova perspectiva sobre a vida da maior voz da música brasileira e estreia neste  17 de março no Universal+. o filme mistura depoimentos, recriações poéticas e cenas dramatizadas para revelar a Elis mãe, mulher e artista. Dirigido por André Bushatsky, o documentário traz Lilian Menezes no papel de Elis em momentos marcantes de sua trajetória.

No dia 28 de março, o show Elis 80 acontece no Espaço Unimed, em São Paulo (SP), tembém produzido por João Marcelo, o show conta com o uso de ferramentas de inteligência artificial para trazer a artista “de volta” aos palcos ao restaurar gravações antigas da cantora.

Os ingressos estão a venda aqui.

João Marcelo destaca a importância da tecnologia na preservação da obra deixada pela mãe. Ele menciona ainda a esperança de que futuros avanços em softwares possam solucionar “distorções em gravações ao vivo”, como uma em que Elis estava grávida dele.

Além das ferramentas de IA, a apresentação comemorativa contará com objetos pessoais da artista. A ideia, segundo o produtor, é construir um ambiente capaz de recriar a atmosfera da presença de Elis no palco.

“Tudo que acho que possa tocar as pessoas profundamente, a gente traz para essa experiência [show]. O microfone que a Elis usou, um estandarte do show ‘Falso Brilhante’, que está preservado. Roupas emblemáticas, algumas fotos e cartões postais, disse João ao Splash.

No palco, o show reúne João Bosco, Ivan Lins e Raimundo Fagner em encontro inédito. Trata-se da reunião de três cantores e compositores projetados na voz da cantora.

Em 1970, Ivan Lins teve a carreira impulsionada com a explosão do samba Madalena – composto por Ivan com letra do parceiro Ronaldo Monteiro de Souza – na gravação de Elis.

Em 1972, Elis deu voz às músicas da então iniciante parceria de João Bosco com Aldir Blanc (1946 – 2020), tendo se tornado a principal incentivadora e intérprete da dupla.

No mesmo ano de 1972, a cantora gravou Mucuripe, parceria dos então quase desconhecidos cantores e compositores cearenses Belchior (1946 – 2017) e Raimundo Fagner, de cuja parceria Elis também gravaria Noves fora .

Outro compositor lançado por Elis logo em seguida foi Belchior que em 1975 teve duas músicas inéditas incluídas no Show Falso Brilhante: Como nossos pais e Velha roupa colorida.

Carreira

Elis Regina nasceu em Porto Alegre em 1945 e cantou em programas de radio desde os nove anos. Em 1959, assinou seu primeiro contrato profissional com a Rádio Gaúcha de Porto Alegre e dois anos depois grava seu primeiro LP, ainda cantando temas da jovem guarda.

Elis que nasceu há 80 anos, viveu intensamente. Foto: reprodução

Lançou mais dois álbuns antes de mudar para o Rio de Janeiro em 1964, onde começou a fazer sucesso em shows no circuito de boates cariocas e na televisão. Em 1965, venceu o I Festival Nacional de Música Popular Brasileira (TV Excelsior) com “Arrastão” (Edu Lobo e Vinícius de Morais), recebendo o prêmio Berimbau de Ouro e projetou-se nacionalmente.

A partir de então, lançou dezenas de álbuns antológicos , fez temporadas de shows históricas e colocou seu nome como uma das maiores cantoras do Brasil ( para muitos, a maior) até sua morte precoce aos 36 anos em janeiro de 1983.

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