É possível que boa parte da música brasileira não teria existido se o universo não tivesse nos presenteado com Gil. O mago do cancioneiro, uma espécie de “facilitador” do trânsito entre ritmos que podem ir do forró ao reggae sem movimentos bruscos. Uma verdadeira biblioteca sonora e que agora se despede dos grandes shows. Será?
+LEIA TAMBÉM+ Elis Regina: 80 anos
Gil já foi e voltou, seja no período do exílio, a força, ou no hiato entre Parabolicamará e Quanta. Mas, segundo o próprio artista, turnês grandes cansam. Compreensível para quem, no alto dos seus 83 anos, continua produzindo mesmo no sofá da sala, mas que também sabe que a idade cobra e, talvez, seja isso mesmo que ele queira fazer após a turnê: empunhar seu violão e compor, sem pressão e expectativa.
Salvador foi a primeira parada, no último sábado, de Tempo Rei, a turnê de despedida que Gil jura ser a última. E é óbvio que o setlist não poderia ser mais incrível, abordando a carreira do cantor no período entre 1965 e 1984. E que período!
Entre festivais, tropicália e ditadura – só para citar alguns dos momentos cruciais deste período – dá para dizer que as referências capturadas por ele foram de um trânsito sonoro e político imenso! Vou explicar: Palco, Procissão, Cálice, Refazenda, A Novidade, Expresso 222, Toda Menina Baiana e Esperando na Janela são só algumas das canções que fazem parte da narrativa de um show que conta a história de Gil e do Brasil.
No palco, uma reunião também com a sua família, afinal, o músico divide as apresentações com alguns dos seus filhos. É uma festa de 2h30 com emoção e uma dose bem alta de nostalgia e de saudade do que ainda nem acabou.
A turnê ainda passa por oito cidades brasileiras: São Paulo, Rio, Curitiba, Porto Alegre, Belém, Porto Alegre, Brasília e Fortaleza. Imperdível para o bom fã de da grande música brasileira. Acesse a programação e garanta seus ingressos.