A “cara do Festival de Curitiba”, como gosta de chamar a coordenadora Rana Moscheta, a Mostra Fringe começa a ser apresentada nesta quarta-feira, 26, com mais de 280 atrações.
Em coletiva na Sala de Imprensa Ney Latorraca, no Hotel Mabu, Rana destacou isso abre a possibilidade de conhecer novos lugares e espaços culturais na cidade. “Enquanto preparava a programação, vi o nome da Rua Sete de Abril, e fiquei surpresa, porque é a rua onde eu moro. Tem um centro cultural na minha rua, e eu nem sabia”, mencionou.
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Nesta edição, 75% das atrações da Mostra Fringe são gratuitas, ou na modalidade “pague quanto vale”, e as demais não extrapolam o valor de R$ 60,00.
A vontade dos artistas em participar da programação é grande. Para as peças de rua, por exemplo, as inscrições foram o dobro das vagas disponíveis. Ao todo, os espetáculos vêm de 11 estados brasileiros e cinco países, mesclando novidade e tradição – caso do Grupo Antropofocus, prestes a completar 25 anos de trajetória.
Para Edran Mariano, integrante do Antropofocus, o Fringe tem um papel de promover as produções locais que normalmente não conseguem ter espaço, e abrir mais possibilidades para elas.
“Curitiba tem uma diversidade muito grande de produção cultural, em todas as linguagens. E a cidade, infelizmente, não comporta essa dimensão de produção. Então, o Festival e a ação gratuita é uma excelente oportunidade para esses grupos e artistas mostrarem seu trabalho”, comentou.
O Antropofocus, que é conhecido por unir comédia e improviso, promete apresentar essas duas vertentes na peça “Bom Dia, Grupo!”. “Para a gente, é quase indiferente se é improviso ou se é comédia. Somos um grupo de teatro. Somos atores que pesquisam a linguagem da comédia, do humor, da qual o improviso faz parte”, explicou.
O espetáculo completa uma trilogia que usa a tecnologia como diferencial e parte imprescindível dentro da obra, ao lado de “No Dia Seguinte – A Quase História da Tevê Brasileira” e “Justo Hoje!”.
“A gente acha que se você é um grupo de teatro, em algum momento você tem que ter uma trilogia. Os festivais acham que a gente é muito mais importante quando temos uma sequência de três obras”, brincou Andrei Moscheto, fundador do Antropofocus. Ele também ressaltou a importância dessa conquista: “É uma coisa importante num histórico de 25 anos, a gente tem uma trilogia para a gente contar para o público”, acrescentou.
“Bom Dia, Grupo!” é um espetáculo que conta a história de Karen, uma mãe que cai em um golpe de sequestro virtual no WhatsApp. Quando o próprio filho chega em casa, Karen duvida que seja o verdadeiro, já que o celular segue dizendo que ele foi sequestrado. É uma sátira entre a relação da tecnologia com a vida real. As apresentações acontecem no Teatro Fernanda Montenegro, nos dias 3 e 4 de abril.