O cravista e maestro Roberto de Regina, um dos principais nomes da música clássica brasileira, faleceu aos 98 anos em seu sítio em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, de causas naturais. O músico foi um dos grandes responsáveis pela introdução e difusão da música antiga no país.
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Nascido em 12 de janeiro de 1927, no Rio de Janeiro, Roberto de Regina formou-se em medicina, mas escolheu dedicar sua vida à música. Iniciou-se como pianista e tornou-se um dos maiores cravistas brasileiros. Foi também regente, professor, artesão e artista visual.
Ao lado da cravista Ingrid Mueller Seraphim, fundou em 1974 a Camerata Antiqua de Curitiba, grupo que se tornaria referência nacional na música de concerto e que celebrou 50 anos de existência em 2023.
“Roberto de Regina foi um artista da Renascença. Ao fundar a Camerata, ajudou a transformar Curitiba em um polo da música de concerto no Brasil. Seu legado ultrapassa o palco”, declarou Marino Galvão Jr., presidente da Fundação Cultural de Curitiba.
Carreira e pioneirismo
Com uma carreira marcada pelo pioneirismo, de Regina iniciou na década de 1950 o processo de construção artesanal de cravos no Brasil. Sua discografia reúne 26 álbuns e 5 DVDs, dedicados sobretudo a compositores do período barroco, como Bach, Rameau, Couperin e Scarlatti. Em 2023, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Capela e filme
Roberto de Regina em cena do documentário “O Cravista” — Foto: Divulgação
Em seu sítio em Guaratiba, construiu a Capela Magdalena, espaço onde reunia música, pintura e espiritualidade. O local abriga um cravo do século XVIII e pinturas autorais inspiradas no barroco europeu. Sua vida foi retratada no documentário O Cravista, de Luiz Eduardo Ozório, filmado no fim de 2024, com locações na Casa Julieta de Serpa e participação de músicos e dançarinos da UFRJ e sem previsão de lançamento.
