Magnata das comunicações no século 20, Assis Chateaubriand volta ao centro do debate sobre mídia com a exposição “Chatô e os Diários Associados – 100 anos de Paixão”, em cartaz no Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (MIS-RJ) até 24 de setembro.
A mostra, com entrada gratuita, foi inaugurada na última sexta-feira (25) somente para convidados e abre ao público nesta segunda (28) mostrando um percurso interativo pela história dos Diários Associados, conglomerado de comunicação que dominou a imprensa latino-americana por décadas.
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Dividida em cinco estações temáticas, a exposição convida o visitante a reconstruir a figura de Chateaubriand com base em imagens, sons, textos e provocações contemporâneas. A biografia do jornalista paraibano só é apresentada na totalidade ao fim da visita, reforçando a ideia de que sua influência ainda ecoa na comunicação atual.
Cada estação representa um marco da imprensa brasileira, da era do jornal impresso ao momento digital. A proposta é estimular o público a participar ativamente: é possível tocar, ouvir, ler e até criar conteúdos ao longo do trajeto.
Orion Nova
No centro da última estação, uma inteligência artificial chamada Orion Nova interage com os visitantes. Ela propõe perguntas e escuta respostas – ou mesmo o silêncio – como forma de fomentar reflexões sobre a linguagem, a memória e o que está por vir no campo da comunicação.
A instalação, segundo o curador e diretor artístico Marcos Nauer, não aponta para uma linha final. “A Orion Nova é o elo entre o passado e o que vem depois. Ela dá início a uma nova narrativa, na qual a memória é viva, ativa”, afirma.
A exposição integra um projeto mais amplo, que também apresenta o musical “Chatô e os Diários Associados – 100 anos de Paixão”, em cartaz no Teatro João Caetano, no centro do Rio, até 27 de abril. Com direção de Tadeu Aguiar, o espetáculo revive momentos marcantes da vida de Chateaubriand nos palcos, destacando seu impacto na cultura e na política brasileira.
Para o presidente do MIS RJ, Cesar Miranda Ribeiro, a mostra é mais do que uma homenagem. “Ela resgata a trajetória de um dos personagens mais emblemáticos da comunicação no Brasil e provoca uma reflexão sobre os caminhos já percorridos e os que ainda podemos trilhar. Estamos honrados em receber essa exposição, que une história, arte e inovação”, diz.
A realização é assinada pelas produtoras Voglia Produções e Graviola Produções, com apresentação do Ministério da Cultura e Petrobras. A proposta é pensar os cem anos do império criado por Chateaubriand como um convite ao diálogo entre passado e futuro, sem esquecer as contradições do personagem.
“A exposição celebra o legado desse homem visionário, brilhante, mas também polêmico. Celebrar esse legado é, de certo modo, celebrar a própria história da comunicação no Brasil”, destaca Nauer.
Ao longo da mostra, os visitantes são levados a repensar o jornalismo e a influência de figuras centrais da mídia. Em vez de um memorial tradicional, o percurso se transforma em um território de investigação, no qual cada estação traz novas perguntas. E quem decide como respondê-las é o próprio visitante.
Exposição: Chatô e os Diários Associados – 100 anos de Paixão
Onde: Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (MIS RJ), Rua Visconde de Maranguape, 15 – Lapa
Quando: 28 de abril a 24 de setembro de 2025 (segunda a sexta, das 9h às 18h)
Quanto: Entrada gratuita
