O cheiro de incenso se mistura ao do mato seco no ar. Um raio de sol bate no copo de kombucha artesanal enquanto alguém ao lado acende um baseado e comenta a última conferência sobre ayahuasca e políticas públicas no SUS. No palco, a banda Ira! em formato folk canta: “Tudo muda, é preciso mudar…”

Esta é uma cena bem possível nos dias 11 e 12 de outubro no Komplexo Tempo, na Mooca, zona leste de São Paulo.

Será a terceira edição do Festival Híbrido, evento que mistura o empreendedorismo canábico, o ativismo psicodélico, a arte urbana e uma trilha sonora que vai do grave eletrônico ao rock nacional unplugged.

A novidade deste ano? Um mergulho profundo no mundos dos psicodélicos.

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Além das experiências sensoriais e das intervenções visuais, o festival traz a estreia do Salão Psicodelicamente, um espaço de debates, encontros e negócios dedicados aos usos científicos, espirituais e medicinais das substâncias enteógenas.

A curadoria é do jornalista Carlos Minuano, e inclui de de talks sobre vegetalismo e arte visionária até o papel dos povos indígenas na COP30.

“É muito legal participar de um evento como esse. Com certeza encontraremos um público libertário, democrático”, diz Nasi, vocalista do Ira!, que faz do show de encerramento um encontro entre gerações. A fala de Edgar Scandurra completa o clima do evento: “Precisamos tratar dos psicodélicos e da cannabis sem moralismo. A ciência está aí. Falta quebrar o preconceito”.

Se em sua edição anterior o Híbrido recebeu mais de 10 mil pessoas e movimentou mais de R$ 3 milhões em negócios, agora o objetivo vai além. Quer propor um novo modelo de vida: mais sustentável, mais livre, mais conectado com os saberes ancestrais e menos com o algoritmo das redes.

Expanda sua mente

A programação de talks e vivências é extensa. No sábado, o debate passa por temas como a globalização da ayahuasca, a integração entre ciência e espiritualidade, e os caminhos para a legalização das terapias psicodélicas no Brasil.

No domingo, a pauta é a arte visionária, o vegetalismo e o jornalismo psicodélico — sim, existe e é necessário.

Entre uma conferência e outra, o público circula por estandes de produtos sustentáveis, roupas feitas à mão, prints de grafiteiros e cosméticos orgânicos. Crianças correm pelo espaço pet friendly enquanto alguém medita em uma tenda com aromas amazônicos.

Muito além da brisa

O Híbrido é um festival, mas também é mercado, ativismo, ciência e cultura. Um espaço que tenta fazer as pazes entre a ancestralidade e o futuro. Um lugar onde dá pra fumar, ouvir música, pensar em saúde mental e discutir o impacto das terapias alternativas sem tabu. Uma espécie de grande sessão de integração, como dizem os terapeutas psicodélicos. Daquelas que, quem vai, volta um pouco diferente.

Festival Híbrido

Quando: 11 e 12 de outubro
Onde: Komplexo Tempo – Av. Henry Ford, 511 – Parque da Mooca, SP
Quanto: R$ 21 (meia) / R$ 42 (inteira)
Palestras: R$ 5 (meia) / R$ 10 (inteira)

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