Marcelo Jeneci não cansa de comemorar a sorte que teve ao ganhar sua sanfona de Dominguinhos. E não é para menos. Afinal, José Domingos de Morais foi um dos maiores sanfoneiros do Brasil e aprendeu com mestres como Luiz Gonzaga e Orlando Silveira.
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Ou seja, o instrumento representa uma linhagem uma espécie de herança musical que poucos tiveram a fortuna de desfrutar. Jeneci sabe disso e faz questão de homenagear seus mentores da melhor maneira: tocando sua sanfona.
A Música Popular Brasileira às vezes parece se esquecer dela, mas o paulistano de Guaianases faz questão de inserir em seus shows o instrumento que o acompanha desde o nascimento, já que seu pai, Manoel Jeneci, foi o pioneiro ao eletrificar a sanfona e tornar possível sua utilização no palco.
De certa forma, isso fez com que Marcelo a abraçasse em muitas das composições e as deixasse com um sabor açucarado.

E foi exatamente isso que ele mostrou na noite de ontem, 17 de agosto, no encerramento da Semana Literária do Sesc, em Curitiba, no auditório do Museu Oscar Niemeyer: aquele sabor doce e melódico mesmo em letras melancólicas.
Acompanhado de dois teclados, sobre os quais mantinha total domínio, e claro, sua sanfona, ele desfilou seus grandes sucessos como Pra Sonhar, Felicidade, Dar-te-ei, Feito pra Acabar, O Melhor da Vida, Por que Nós? e versões de Ai Que Saudade d’Ocê (Vital Farias) e Amor de Que (Pabllo Vittar).
Esta última está presente em seu mais recente lançamento, o EP Night Club Forró Latino (Volume I), divulgado no ano passado.
O show, que durou cerca de 1h20, foi acompanhado por uma plateia que entoava as músicas junto com Marcelo numa atmosfera leve e doce como uma tarde ensolarada de domingo deve ser.
Semana Literária e Feira do Livro do Sesc PR
A 44ª Semana Literária Sesc PR e Feira do Livro aconteceu entre os dias 13 e 17 de agosto simultaneamente em 27 cidades do Paraná, com recorde de público.
O evento, considerado o maior da literatura do estado, contou com atividades como bate-papos com escritores, lançamentos de livros, sessões de autógrafos, palestras, espetáculos musicais, poesia e intervenções literárias.
O homenageado desta edição foi Dalton Trevisan, escritor curitibano que completaria 100 anos em 2025.