Por Eduardo Pontin
O intérprete, cavaquinista e compositor Tuco Pellegrino está completando 30 anos de caminhada no mundo do Samba. De 1995 pra cá, Tuco consolidou trajetória respeitável para músicos de sua geração.
Dividiu o palco e rodas de samba com os maiores bambas que a sua época permitiu: Roberto Silva, Élton Medeiros, Nelson Sargento, Monarco, Wilson Moreira, Tia Surica, Tio Hélio, Tantinho, Hélio Turco e Noca da Portela.
Mais do que isso: Tuco se tornou parceiro de ninguém menos que Monarco, Nelson Sargento e Waldir 59, seus ídolos. O segredo para tantas conquistas ao longo dessas três décadas está no amor incondicional ao samba na linha melódica e poética das Velhas Guardas das Escolas de Samba do Rio.
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Para celebrar esses 30 anos, um repertório especial foi montado para apresentação única na Casa de Francisca, em São Paulo, no próximo dia 06 de setembro, sábado.
Começo de tudo
Em meados de 1990, Tuco começou a se interessar vivamente pelo Samba, o que o fez trocar um tênis da Nike num cavaquinho Tonante e procurar aprender com seu tio materno Edson Vanderlei os segredos desse instrumento. Com raro talento musical, passou a se apresentar na noite de São Paulo em bares, quermesses e rodas de Samba da zona Norte. Foram os primeiros passos de uma caminhada que nem ele mesmo sonhava com os rumos que iria tomar.
LP que mudou a vida de Tuco
Em fins de 1996, ganhou de presente de um amigo chamado Marcos uma coleção de LPs de Samba e, entre as bolachas, estavam Cartola, Nelson Cavaquinho, Roberto Ribeiro e o disco que mudaria a sua vida: Portela – Passado de Glória, lançado em 1970 pela Velha Guarda da Portela, com produção de Paulinho da Viola. Assim, as melodias de Alcides Malandro Histórico, Antônio Caetano, Alberto Lonato, Mijinha, Paulo da Portela, Manacea, Chico Santana e Monarco tocaram fundo o coração de Tuco e transformaram os caminhos de sua vida.
Passado de Glória
O impacto do LP da Velha Guarda da Portela foi tão grande em Tuco que, antes mesmo de completar 20 anos de idade, se uniu a outros amantes do Samba para criar o grupo Passado de Glória, em 1997.
O grupo se desfez em 1998 e um novo movimento passou a se formar, resultando em 2001 na fundação do Grêmio Recreativo de Tradição e Pesquisa Morro das Pedras, na periferia da zona Leste de São Paulo. Tuco foi um dos fundadores do Morro, que carregava como lema “Amor e respeito à Velha Guarda”.
Em 2003, o Morro realizou homenagem à Escola de Samba Império Serrano e trouxe para a sua roda de Samba o grande bamba Tio Hélio, então com 100 anos de idade.
Nos anos seguintes, Tuco participou de homenagens a Ismael Silva, gravou com Cristina Buarque e fez parte do grupo Terreiro Grande, com quem lançou discos ao vivo.
Peso é Peso – carreira solo
Após caminhada sólida em rodas e coletivos de Samba, Tuco se sentia preparado para se tornar intérprete. Uma das primeiras apresentações de peso foi ao lado de Roberto Silva, em 2009.
Em 2010, lançou seu primeiro álbum solo, Peso é Peso, com participações de Nelson Sargento, Monarco e Cristina Buarque. O disco foi elogiado pela crítica e comparou sua voz à de Jamelão, Ventura da Portela, Francisco Alves e Ciro Monteiro.
Nos anos seguintes, Tuco seguiu ao lado de Élton Medeiros, Monarco e Waldir 59, consolidando parcerias e gravando novos sambas.
Glória ao Samba e parcerias históricas
Por volta de 2012, Tuco passou a integrar o coletivo Glória ao Samba, em São Paulo, dedicado aos sambas produzidos entre 1920 e 1960 pelas Escolas do Rio.
Com o Glória, participou de rodas históricas, apresentações no Teatro Rival e encontros com sambistas da Mangueira, Portela, Salgueiro e Império Serrano.
Ao longo de 30 anos, conquistou o respeito de grandes bambas, rompeu barreiras geracionais e se tornou referência no samba de terreiro e de enredo.
Tuco Pellegrino // Vem Pra Roda – 30 Anos de Caminhada no Samba
Onde: Casa de Francisca – R. Benjamin Constant (esquina com Rua Quintino Bocaiuva), São Paulo
Quando: sábado (06/09)
Horário: 1º – 17h às 18h30 | 2º – 21h às 22h30
Quanto: R$ 40,00
