Por Gabriel Costa
De 4 a 7 de setembro, Curitiba sedia a 8ª Bienal de Quadrinhos. Criado em 2011, o evento se espalha por diversos espaços culturais da cidade, como o Museu Oscar Niemeyer, a Gibiteca de Curitiba, o Estúdio Riachuelo, o Cine Passeio e o Museu Municipal de Arte.
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Ao longo dos quatro dias, o público poderá participar de oficinas, conversas, exposições e da tradicional Feira Muvuca — conhecida por aproximar artistas e visitantes. O espaço funciona como ponto de troca de ideias, fotos e autógrafos, além de possibilitar a compra de HQs diretamente com quadrinistas.
Artistas independentes
Entre os participantes da Muvuca está o coletivo Fuzuê, fruto de um projeto de extensão da Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Criado em 2025, o grupo foca na produção de zines e publicações independentes feitas de forma artesanal, em pequenas tiragens e a baixo custo.
Para Beatriz Catão, líder do coletivo, a estreia na Bienal é marcante. “É um evento gigante. Poder estar expondo ao lado de pessoas tão legais é assustador, mas ao mesmo tempo muito animador”, disse.
A Bienal deve receber cerca de 30 mil pessoas nesta edição e funciona como vitrine nacional para novos artistas. “Todo mundo está muito animado para participar. Temos 25 membros e todos ajudaram de alguma forma. Brincamos que é o primeiro passo para nossa dominação mundial!”, completou Beatriz.
Futuros Possíveis
Em 2025, a Bienal de Quadrinhos tem como tema “Futuros Possíveis”, discutindo mudanças climáticas, diversidade, migrações, inteligência artificial e democracia. A programação reúne cerca de 30 convidados nacionais e internacionais, com palestras, debates, oficinas, lançamentos, feira de livros e exposições.
A homenageada desta edição é Cida Godoy, pioneira entre as mulheres quadrinistas e reconhecida como a “Mestra do Terror”. Entre os convidados está também a artista israelense Rutu Modan, premiada e referência mundial na cena dos quadrinhos.
Segundo a curadora Mitie Taketani, dona da Itiban — tradicional loja de Curitiba —, a proposta é ampliar vozes e perspectivas. “Nossa homenageada, Cida Godoy, vem ao encontro do tema Futuros Possíveis. Nessa mistura de terror e esperança buscamos artistas que reflitam e dialoguem com a realidade”, afirmou.