Em 2018, a cena política nacional explodia na capital paranaense com a prisão do presidente Lula. Exatamente na mesma época estreava no Festival de Curitiba o espetáculo Tom na Fazenda, montagem que carrega em sua essência a repressão contra um homem homossexual em um texto necessário, potente e trágico, onde o personagem é forçado a esconder quem é, o que não deixa de ser uma trama extremamente política.
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Sete anos depois, e com novidades no elenco, a peça retorna à cidade em outro momento político. Talvez, não seja só uma coincidência.
Composto por 4 atores maravilhosos ( Armando Babaioff, Denise Del Vecchio, Iano Salomão e Camila Nhary), o espetáculo, dirigido por Rodrigo Portella traz ainda mais maturidade depois de passar por um circuito nacional intenso e uma turnê internacional que incluiu o Fringe de Edimburgo. Isso sem contar nos diversos prêmios conquistados pela companhia. Um “caldo” a mais para outro período polêmico.
“A gente está voltando em uma outra situação, em um outro momento da história com a mesma peça. Isso pra gente é muito curioso porque a gente percebe que a peça, ela continua servindo na comunicação, no entretenimento… mas principalmente nesse lugar de questionamento (…) então chegar em Curitiba depois desse tempo todo é uma curiosidade nossa, em saber como é que a idade está e isso pra gente é gratificante demais porque é onde a gente enriquece nosso repertório” afirma Armando Babaioff
Após 8 anos em cartaz é difícil que uma montagem não sofra alterações. No caso de Tom na Fazenda, a maior delas é o elenco, que passou a contar com Denise Del Vecchio e Iano Salomão, o que acabou por dar um frescor ao texto. Embora os personagens se repitam, ter outros atores carrega uma nova experiência ao palco.
A dificuldade do teatro
Embora seja uma peça premiada e de sucesso, é visível o desafio que o teatro brasileiro ainda enfrenta. Sobre isso, Babaioff dispara:
“A gente tem consciência que nosso trabalho é um trabalho missionário… quando você entende que você é um comunicador e o mensageiro (…) só que como é que produz isso sem dinheiro? A gente acaba fazendo teatro pela classe e para a classe”
Sobre isso, ele ainda reflete sobre a arte no exterior, em como as salas de teatro estão sempre cheias na europa, em diversos outros países e no Brasil ainda há uma dificuldade de assimilação artística: “falta formação de plateia, falta acesso!”
Tom na Fazenda em Curitiba
Pois há uma nova chance de formar essa platéia. O espetáculo acontece de 11 a 16 de setembro no Guairinha. Uma experiência envolvente e que emociona. Garanta seu ingresso!
