A viola caipira chegou no território brasileiro com as caravelas no século 16, mas ao lonfg do tempo tornou-se o principal instrumento de acompanhamento de danças populares no Brasil e talvez seja o único instrumento daquele período histórico que não apenas sobrevive, como continua muito tocado e estudado no país.

No recém-lançado livro “História e Cultura no Som da Viola – Ensaios e Relatos sobre Cultura Popular”, o pesquisador e violeiro Ivan Vilela defende três ideias centrais sobro o instrumento musical que o Brasil chama de “viola caipira”.

1) a viola sempre foi um instrumento das classes populares e oprimidas; 2) a base do aprendizado cultural no Brasil foi, por muito tempo, a oralidade; 3) e as instituições de ensino tem a obrigação de valorizar as formas populares de saber.

O novo livro do compositor, arranjador e professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, é um manifesto em defesa da cultura popular brasileira.

0 pesquisador e violeiro Ivan Vilela.

O livro é fruto de uma pesquisa de quase três anos em Portugal, onde Vilela investigou as interações sociais proporcionadas pela viola, instrumento de origem portuguesa.

Na terra ultramarinas, Vilela rastreou as origens da viola por meio de documentos, relatos e textos literários, identificando sua conexão histórica com as camadas populares. No Brasil, o instrumento chegou com as caravelas, foi utilizado na catequese pelos jesuítas e espalhou-se pelo território com bandeirantes e tropeiros.

Segundo Vilela, a permanência da viola entre as classes populares, tanto em Portugal quanto no Brasil, é uma das razões para sua longevidade e relevância cultural. Ao contrário de instrumentos antigos como o alaúde ou o cravo, a viola não se restringiu a grupos de música antiga nem virou peça de museu.

Desde o século 20, houve um reavivamento do interesse pelo instrumento, com sua inclusão em orquestras, intercâmbios com a música popular brasileira e até mesmo em cursos universitários, como os bacharelados oferecidos pela USP.

Leia mais sobre o livro no texto de Luiz Prado publicado no Jornal da USP.

História e Cultura no Som da Viola – Ensaios e Relatos sobre
Cultura Popular
, de Ivan Vilela, Ateliê Editorial, 256 páginas

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Sandro Moser é jornalista e escritor.

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