Marina Lima está de volta a Curitiba após oito anos para um único show de sua turnê “Nas Ondas de Marina” no Teatro Positivo, neste sábado (17).

Um show a prova de erros em que a cantora se conecta tanto com a geração que há décadas como aquelas que passaram a segui-la recentemente. O FRINGE fez uma rápida pensata sobre quatro motivos que fazem um show de Marina Lima ser especialíssimo:

Marina foi pioneira na atitude pop

Marina está nos holofotes do pop nacional desde o final dos anos 1970. Ela apareceu como parte de um movimento de lançamentos de primeiros álbuns de artistas mulheres compositoras cujas canções antecipavam um novo nível de liberdade e atitude como Fátima Guedes e Ângela Rô-Rô.

Hoje pode parecer banal, mas a foto de Marina empunhando uma guitarra e vestindo roupas de couro – clicada por Antônio Guerreiro na contracapa do álbum “Simples Como Fogo”, lançado no verão de 1979 – servia como uma clara demarcação de território feminino e do que viria nos anos seguintes.

Marina é uma das grandes hitmakers do pop

Recentemente, estive em algumas festas e pude ver um pessoal na casa dou 20 e poucos anos dançando hits de Marina Lima como “Fullgás”, “Uma Noite e ½” e “Pra Começar”. O fato de vários DJs terem remixado essas músicas e usarem elas para animar as pista de dança hoje em dia mostra como Marina sempre foi uma usina de hits. Seu show está  cheio deles. Além dos já citados acima, também estão “À Francesa”, “Virgem” e “Charme do Mundo”, entre outros.

https://www.youtube.com/watch?v=M_Di1D8-Gfc

Algumas das melhores letras estão em suas canções

Algumas das melhores letras da música brasileira são de canções assinadas por Marina Lima. Boa parte delas são parcerias com seu irmão, o poeta e escritor Antonio Cicero, Imortal da Academia Brasileira de Letras. Algumas são verdadeiros dardos nos olhos de quem ama como “Fullgás”:

“E tudo de lindo que eu faço

É, vem com você, vem feliz

Você me abre seus braços

E a gente faz um país

Você me abre seus braços

E a gente faz um país”

Ou a a minha preferida, “Não Sei Dançar”:

“Às vezes eu quero chorar, mas o dia nasce e eu esqueço

Meus olhos se escondem onde explodem paixões

E tudo que eu posso te dar é solidão com vista pro mar

Ou outra coisa pra lembrar.”

Marina segue buscando coisas novas

Às vésperas de completar 70 anos, Marina não para de fazer coisas novas e legais. Em 2021, lançou o espertíssimo EP “Motim” Ela já disse que, depois desta turnê, vai se dedicar a compor novo material. Tem produzido e gravado suas próprias demos. Recentemente, foi parceira do rapper dos Racionais MC’s, Mano Brown, é fã de Ludmilla e Alice Caymmi, e mantém colaborações com Letrux e Filipe Catto. Marina não para.

SERVIÇO

Marina Lima em Curitiba

Quando: sábado (17), às 21h15

Onde: Teatro Positivo (Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido)

Quanto: ingressos variam de R$ 100 a R$ 600, de acordo com o setor pelo Disk-Ingressos.

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Sandro Moser é jornalista e escritor.

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