O mais longevo festival de cinema do país, o Festival de Brasília, começa neste sábado (30) e vai até 7 de dezembro, com um total de 80 filmes entre curtas e longas-metragens. Ao completar 59 anos, o evento mantém a tradicional primazia de fechar o calendário anual dos festivais do gênero.

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Único desde a sua fundação em 1965, nesta 57ª edição, a programação do Festival de Brasília o torna ainda mais atraente e imperdível. O Fringe elenca oito motivos que tornam o Festival de Brasília o destino obrigatório do cinema brasileiro neste começo de dezembro.

Sidarta Ribeiro e nossos sonhos abrem os trabalhos

Filme “Criaturas da Mente” abre o Festival de Brasília. Foto: Reprodução

O filme de abertura do festival é Criaturas da Mente, dirigido por Marcelo Gomes (diretor de Retrato de Um Certo Oriente), que aborda o trabalho do neurocientista Sidarta Ribeiro, que há 20 anos investiga os sonhos.

No longa, Sidarta explora como formas de acesso ao inconsciente podem transformar a experiência humana. O filme aborda desde saberes ancestrais dos povos originários e afro-brasileiros até o conhecimento científico, incluindo uma reavaliação científica dos alucinógenos.

O Cine Brasília

O lendário Cine Brasília é a sede do festival. Foto: Divulgação

A sede do Festival de Brasília é o mais antigo e imponente cinema de rua do país, sendo um dos grandes símbolos do evento. Visitar o Cine Brasília, por si só, é uma emoção. Parte do projeto da quadra modelo da cidade sonhada por Lúcio Costa, o cinema tem projeto de Oscar Niemeyer e foi inaugurado em 22 de abril de 1960, um dia após a fundação de Brasília. Cinco anos depois, a criação do curso de cinema na UnB possibilitou que o Cine Brasília se tornasse a casa oficial do festival.

Três séries inéditas

Nesta edição, a sessão de lançamentos exclusivos inclui três séries inéditas:

Cena da série documental sobre o jornalista Maurício Kubrusly. Foto: Reprodução
  • Como Nascem os Heróis, de Iberê Carvalho e Marcelo Diaz, explorando a construção de heróis nacionais, com apresentação de Rita Von Hunty.
  • Malvinas: O Diário de uma Guerra, de Ricardo Pereira e Eugenia Moreyra, que acompanha um repórter revisitando as Ilhas Malvinas com o soldado cujo diário encontrou após a guerra.
  • Kubrusly: Mistério Sempre Há de Pintar por Aí, de Caio Cavechini e Evelyn Kuriki, que retrata a vida do jornalista Maurício Kubrusly em reclusão no sul da Bahia após uma doença que afetou sua memória e comunicação.

Livro recupera um herói da crítica nacional

O crítico Linduarte Noronha. Foto: Abracine/ Reprodução

Luz, Câmera… CRÍTICA!, de Lucio Villar, reúne 64 críticas do cineasta e crítico paraibano Linduarte Noronha publicadas entre as décadas de 1950 e 1960. Os textos, selecionados de mais de 900 colunas, combinam crítica e crônica, revelando a argúcia de Noronha ao abordar filmes, diretores e escolas cinematográficas nacionais e internacionais.

Mostra competitiva com filmes de todo o Brasil

Cena polêmica do filme “A Fúria”. Foto: Reprodução

A diversidade marca a Mostra Competitiva deste ano, que reúne filmes de quatro regiões do país. Entre os destaques, está a mais recente produção do lendário diretor Ruy Guerra, codirigido por Luciana Mazotti que já gerou polêmica por conta de uma cena que recria o assassinato do presidente da republica.

  • Suçuarana, de Clarissa Campolina e Sérgio Borges (MG)
  • Pacto da Viola, de Guilherme Bacalhão (DF)
  • Yõg Atak: Meu Pal, Kaiowá, de Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna (MG)
  • Enquanto o Céu Não Me Espera, de Christiane Garcia (AM)
  • Salomé, de André Antonio (PE)
  • A Fúria, de Ruy Guerra e Luciana Mazotti (SP)

Descentralização

Festival de Brasília se espalha pelas Regiões Administrativas do DF. Foto: Divulgação

O Festival de Brasília acelera o plano de descentralização do evento. Tanto o filme de abertura quanto as mostras competitivas serão exibidos nas regiões administrativas do Gama, Taguatinga e Planaltina. O Festivalzinho também estará presente nas escolas dessas regiões, com sessões durante a semana e apresentações abertas ao público nos finais de semana.

Documentário sobre o bruxo Hermeto Pascoal encerra o festival

Cena do documentário sobre Hermeto Paschoal que encerra o Festival de Brasília. Foto: reprodução

O filme O Menino do Olho D’Água, dirigido por Lírio Ferreira e Carolina Sá, fecha o festival com um mergulho na genialidade de Hermeto Pascoal. O documentário aborda três pilares de sua vida: um show recente aos 86 anos, memórias de infância no sertão alagoano e uma entrevista enquanto compõe. A obra revela as raízes e a essência criativa de um do genial bruxo, um dos maiores nomes da música mundial.

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Sandro Moser é jornalista e escritor.

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Fringe é uma plataforma de comunicação e entretenimento sobre arte e cultura brasileiras criada dentro do Festival de Curitiba e conta com o patrocínio da Petrobras

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