O artesão Lula Vassoureiro é a maior referência de Bezerros na confecção das máscaras dos papangus, ícones do Carnaval do município do Agreste de Pernambuco.

Nascido Amaro Arnaldo do Nascimento, em 2 de novembro de 1944, herdou do pai, seo Zé Vassoureiro, o apelido e o ofício. O pai fazia vassouras e era artesão e carnavalesco na cidade.

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Lula fez sua primeira máscara em 1950, para uso próprio. Aos seis anos, o menino saiu às ruas no Carnaval de Bezerros incorporando o Amigo da Onça, personagem criado pelo cartunista Péricles de Andrade Maranhão (1924-1961), publicado na revista O Cruzeiro (1943).

Décadas depois, Lula estima ter produzido cerca de dez milhões de máscaras. O número impressiona, mas reflete sua rotina de trabalho como Patrimônio Vivo de Pernambuco (2014).

Com a morte do pai, em 1978, Lula manteve a tradição familiar e preservou a técnica artesanal, responsável pela maior máscara do mundo (5,5m), registrada no Livro dos Recordes (1997).

Em seu ateliê, confecciona máscaras e outras peças artesanais com papel machê, cola e materiais reciclados. Também ministra oficinas para crianças, jovens e adultos, perpetuando o ofício e os saberes dessa arte.

O processo usa água, jornais velhos, grude de goma, cola branca e tinta sintética. Em moldes de gesso, as camadas de jornal são sobrepostas, secas, pintadas de branco e, depois, ganham cores e vida pelas mãos do mestre.

Lula, o mestre

Segundo o Portal do Artesanato, Lula nunca frequentou escola. Não lê nem escreve, mas fundou a Casa de Cultura Popular (1985), onde ensina a arte dos brincantes a crianças e adolescentes. Anualmente, recebe cerca de dez mil pessoas. “Tenho vocação para ensinar. Minhas máscaras são pura alegria”, afirma.

Casado e pai de três filhos, formou centenas de artesãos que hoje atuam em Bezerros. Suas máscaras fazem parte da decoração de rua no Carnaval. Seu trabalho já percorreu América do Norte, Europa, Ásia e África. Ele segue com planos para manter sua Casa da Cultura aberta a todos que desejam aprender. “As portas sempre estarão abertas”, garante.

Com informações da Secretaria de Cultura de Pernambuco 
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