O que você estava fazendo aos 15 anos de idade? Jorge Bahls, baixista da banda Hoovaranas já mostrava toda a sua virtuosidade em shows pela cidade de Ponta Grossa, Paraná, berço do grupo.
Não muito distante, Rehael Martins com 16 anos e Eric Santana, com 18, guitarra e bateria, respectivamente, completavam o trio em um “longínquo” 2018. Longínquo porque, desde então, o grupo vem firmando o pé na cena independente com uma evolução rápida e surpreendente, algo que poucas bandas do estilo conseguem fazer.
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Isso fica evidente nos discos do trio. O primeiro deles, Poluição Sonora, de 2019, faz jus ao título e carrega guitarras sujas com influências muito claras de shoegaze e stoner rock. A faixa Esfinge, por exemplo, traz 8 minutos de frases de guitarra bem definidas, solo de bateria e um baixo que acompanha tudo isso perfeitamente.
Já o EP Isolamento, lançado em 2020, em meio à pandemia de COVID 19, mostra outras referências. É possível notar guitarras mais limpas e uma sequência de faixas mais “introspectivas”, certamente pelo momento da época.
O álbum Alvorada, de 2022, mostra um outro momento do trio, com elementos de Jazz que ficam bem nítidos. Destaque para os dedilhados de cordas e a crescente das faixas do começo para o meio. Ritmado e bonito.
Três, disco lançado no ano passado, mostra um amadurecimento notável no trabalho do grupo. Eles conseguem ser precisos em uma construção coesa onde todos os instrumentos se completam.
A faixa Fuga, que abre Três, ganhou, inclusive, um vídeo fenomenal que vai além de um simples clipe. A animação, lançada no último dia 22 de fevereiro, foi produzida com 5201 desenhos e animados pela 2D, Frame por Frame, contando uma história em 7 minutos. Um filme bonito de se ver.
No mais, para quem gosta de uma música bem executada ou quer começar a entender o universo do instrumentalismo, o Hoovaranas pode ser um bom ponta-pé inicial. Tá valendo. Conheça o trabalho do grupo.
