O cistema vem com “c” propositalmente. É assim que a cantora, compositora e ativista Raissa Fayet apresenta a faixa Derrubar o Cistema, que machuca, com louvor, o sistema opressor, cisheteronormativo, escravocrata e colonial, desde sempre presentes na nossa estrutura social.
+ LEIA TAMBÉM + Kevin Johansen e Liniers: como foi o primeiro show no Brasil
Para isso, ela chamou nada mais nada menos que a banda Francisco El Hombre, que carrega em seus discos as críticas que se agregam às mesmas de Rayssa e a comunicadora Rita Von Hunty, ícone da cultura drag queen. Ou seja, parcerias que somam camadas de força e ancestralidade à obra e que surgem como um respiro para tempos de crise climática, política e existencial. Um front incrível para o cistema que mata.
Com uma sonoridade vibrante e envolvente, que mistura MPB, ritmos latino-americanos e beats contemporâneos, a canção, que faz parte do aguardado disco Raízes, propõe um novo tempo de cura e coletividade, um movimento de reconexão com a terra, com o sagrado e com formas de existência que respeitam a diversidade e a vida.
A letra denuncia o consumo desenfreado, a intoxicação da terra, a violência simbólica da mídia e o esgotamento da vida em sociedade. Ao mesmo tempo convoca: “Arreuni meu povo pra essa terra transformar”.
A canção aposta na esperança ativa: “derrubar para adubar”, deixar morrer o que já não serve, para florescer um outro mundo possível.
Conheça também Floresta, primeiro single de Raízes
Lançado em 28 de março deste ano, o single Floresta inaugurou a nova fase de Raissa com um belíssimo vídeo gravado na Mata Atlântica. O clipe é inteiramente interpretado em poesia sinalizada, marcando o segundo trabalho de Raissa com essa linguagem acessível ao público surdo – o primeiro foi o clipe da música “Zóiuda”, gravado na Ilha do Mel. A escolha por esse formato reforça o compromisso da artista com a inclusão e a acessibilidade como elementos centrais de sua expressão artística. O disco Raízes tem previsão de lançamento para as próximas semanas.