Desde 2017, o Coolritiba reúne milhares de pessoas na Pedreira Paulo Leminski e mescla suas atrações com música, moda e sustentabilidade. O festival é um dos eventos mais esperados do ano na capital paranaense e já teve em seu line up artistas como Gilberto Gil, Marisa Monte, Lulu Santos, Liniker, Djonga, Duda Beat, Baiana System e diversos outros nomes de peso da música brasileira.

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A próxima edição, que acontece no sábado (17), no mesmo local, entretanto, gerou descontentamento por parte do público devido à distribuição dos horários dos artistas. Antes de mais nada, quero deixar claro aqui que não conheço ninguém da produção artística do Coolritiba e meus adendos são puramente baseados em experiências como espectadora de festivais e contato com algumas pessoas que trabalham na execução de grandes eventos.

Primeiro de tudo: será que deu errado mesmo?

A logística de um festival passa por diversas fases, inclusive de acordo com a agenda dos artistas. E no caso de um evento deste porte, trabalha-se com bandas e cantores que podem estar em pontos distintos do país, seja em turnê ou não. Assim, a demanda de passagens aéreas, hotéis e deslocamentos podem facilmente fazer com que uma atração chegue em um horário muito diferente da outra. Desta forma é preciso distribuir os artistas na medida em que eles estarão disponíveis e que façam mais sentido entre si.

Outra hipótese para o festival não ter optado pelo palco “Lado A/Lado B” (um ao lado do outro no palco da Pedreira), sucesso em 2023 e que foi um dos principais questionamentos do público, é o rider técnico, que é um planejamento que detalha requisitos como som, iluminação, disposição de instrumentos e demais aspectos que ditam como a estrutura deve ser montada para determinado artista/banda. Eu concordo, era incrível os dois palcos, um ao lado do outro, mas estas necessidades técnicas têm que ser imaginadas em uma montagem neste formato.

Segundo de tudo: todos os festivais do mundo coincidem horários das atrações

Acontece. Principalmente se você pensar que existem exigências artísticas também. “Banda A” precisa tocar às 19h30 por alguma das hipóteses acima ou simplesmente porque ela quis assim. Lembrem-se: existem egos e com eles vêm uma centena de coisas além de 200 toalhas brancas no camarim. 

E isso vale para o Coolritiba, para o Lollapalooza, para o Glastonbury ou qualquer outro festival do mundo. Por isso, quando sai a timetable de um evento, muitos ficam descontentes porque claro, ninguém quer que suas duas bandas preferidas coincidam no mesmo horário. Nesse caso, vale fazer as contas, definir as prioridades e correr. Eu já perdi New Order porque preferi ver Smashing Pumpkins. Faz parte.

Sobre a Ópera de Arame

Chegou até mim recentemente que foi proibida a retirada das cadeiras da Ópera de Arame. Não sei qual o motivo, mas a proibição está aí. Seria muito interessante se a produção conseguisse virar o palco para trás, como já aconteceu em outros eventos. Mesmo assim, acredito que não suporte o público total que a disposição atual abriga atualmente. De qualquer forma, é um lugar bonito para shows, mesmo que não seja o ideal para uma apresentação da Fresno fechando o festival.

No mais… festivais são assim. Não dá pra agradar todo mundo, especialmente lidando com uma quantidade enorme de atrações. Certamente você vai ficar triste e eu também, mas escolhas são feitas pra isso. Aproveitem!

 

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Jornalista, DJ e especialista em música brasileira

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