Começou na manhã desta sexta-feira, 13 de junho, no Riocentro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a 21ª Bienal do Livro do Rio. O evento, que segue até 22 de junho, celebra o Brasil como Capital Mundial do Livro em 2025, título concedido pela Unesco. Com a presença esperada de mais de 600 mil visitantes, a Bienal abre com uma conversa entre a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie e a atriz Taís Araújo, às 19h, no Palco Apoteose.
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A autora de “Americanah” e “Meio sol amarelo” falará sobre sua trajetória, temas que movem sua escrita e seus oito livros já publicados — todos traduzidos para o português. Entre eles, estão também “Hibisco Roxo”, “Notas sobre o luto”, “Sejamos todos feministas” e o mais recente, “O lenço de cetim da mamãe”, assinado como Nwa Grace-James.
Além de Chimamanda, nomes internacionais como a britânica Cara Hunter (romances policiais), a canadense Brynne Weaver (romances paranormais e de fantasia), o americano G. T. Karber (misteriosos whodunits) e a também americana Lynn Painter (comédias românticas) estarão presentes.
Entre os autores nacionais, os destaques são Jeferson Tenório, autor de Estela sem Deus, Raphael Montes, conhecido por Bom Dia, Verônica, Aline Bei, de O Peso do Pássaro Morto, e Ana Claudia Quintana Arantes, autora do best-seller A Morte é um Dia que Vale a Pena Viver.
Programação e acessos
A programação completa está disponível no site oficial da Bienal, que também disponibiliza a compra de ingressos. Os valores variam entre R$ 42 (inteira) e R$ 21 (meia). Professores e bibliotecários têm entrada gratuita, mediante apresentação de documento profissional.
A abertura oficial ocorre às 10h, também no Palco Apoteose, e contará com a presença de curadores, autores, autoridades e organizadores, além de apresentações musicais e homenagens ao escritor Ruy Castro. O Prêmio José Olympio será entregue durante a cerimônia.
Book Park e aplicativo oficial
Em 2025, a Bienal inova com o conceito de Book Park, transformando o Riocentro em um parque literário com ativações imersivas e espaços interativos voltados à literatura. Além disso, o público conta com um aplicativo oficial, que traz agenda, mapa, biblioteca virtual e notificações em tempo real.
A ferramenta já reúne mais de 20 mil usuários cadastrados, que têm acesso a mais de 100 mil livros, quase 10 mil eventos na agenda e 571 resenhas de obras. O app busca integrar de forma contínua os leitores com o universo da Bienal mesmo após o evento.
Campanha de arrecadação de livros
Uma das iniciativas sociais da Bienal será a campanha coordenada pela ONG Favelivro, que pretende arrecadar livros para bibliotecas comunitárias nas favelas do Rio de Janeiro. O público pode doar obras em bom estado, com foco na literatura infantojuvenil, clássicos nacionais e internacionais, e livros que estimulem o pensamento crítico.
“A gente acredita que todo mundo tem direito ao encantamento da leitura. Levar livros para as comunidades é mais do que distribuir conhecimento. É criar possibilidades”, afirma Verônica Marcílio, fundadora da Favelivro. Segundo ela, contrariando o ceticismo inicial, as bibliotecas nas favelas se mostraram potentes espaços de formação de leitores.
Dacia Maraini na Biblioteca Nacional
Como parte das atividades da Capital Mundial do Livro, a escritora italiana Dacia Maraini estará na Biblioteca Nacional, na próxima segunda-feira (16), às 15h, para um bate-papo com o presidente da instituição, Marco Lucchesi. Maraini apresentará a nova edição brasileira de “A Longa Vida de Marianna Ucrìa”, lançada pela Editora Nova Alexandria.
O romance narra a história de uma jovem nobre siciliana do século XVIII, surda e muda, forçada a um casamento e à reclusão. Nos livros, a personagem encontra uma forma de entender o mundo, num gesto de resistência por meio da palavra escrita.
Dacia Maraini é uma das grandes vozes da literatura italiana contemporânea. Sua obra aborda temas como memória, justiça social, liberdade e a condição feminina. Filha de um etnólogo e uma pintora, viveu parte da infância no Japão, onde passou por um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial — uma experiência que marcou profundamente sua escrita.
Bienal do Livro Rio 2025
Onde: Riocentro – Av. Salvador Allende, 6555 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
Quando: De 13 a 22 de junho de 2025
Quanto: R$ 42 (inteira), R$ 21 (meia). Professores e bibliotecários têm entrada gratuita