Como parte das comemorações do centenário do sambista Nelson Sargento, a escritora e pesquisadora Juliana Barbosa lançou, no último dia 25 de julho, o livro “Nelson Sargento: os 100 anos de um rizoma do samba”. O livro está sendo distribuído em formato digital gratuito e pode ser baixado no site da editora Syntagma, com formato adaptado para leitura no celular.

Capa do livro de Juliana Barbosa disponível gratuitamente.

Trata-se de uma coletânea de textos em que Juliana reflete sobre a vida e a obra do baluarte mangueirense. Nelson Sargento já havia sido o tema da pesquisa de doutorado desenvolvida por Juliana, entre 2010 e 2013, no programa de pós-graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Londrina (PR).

“Em 2014, lancei um livro sobre Nelson Sargento a partir da tese, com toda a reflexão teórica típica de um trabalho científico. Dessa vez, o conteúdo também é inspirado na pesquisa científica, porém em um formato mais acessível, com textos curtos e em linguagem coloquial. Além disso, o material estará disponível para acesso gratuito no site da editora”, comenta a professora do Departamento de Comunicação da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Juliana Barbosa é professora da Universidade Federal do Paraná e pesquisadora da cultura do samba e do carnaval. Também é autora do livro “Nelson Sargento e as Redes Criativas do Samba”, publicado em 2014 pela editora Appris, e jurada do prêmio Estandarte de Ouro, no carnaval carioca.

Este novo livro aborda a trajetória do sambista, nascido em 25 de julho de 1924, tratando desde seus primeiros contatos com o mundo do samba, ainda na infância, passando por sua estreia como artista no lendário espetáculo “Rosa de Ouro”, em 1965, e chegando até sua posse como Presidente de Honra da Mangueira, escola de samba à qual esteve ligado por mais de 70 anos.

Nélson Sargento faleceu em maio de 2021 de Covid19. Veja aqui o obituário publico no Jornal Plural.

Raiz e Tronco do Samba Brasileiro

Com prefácio da pesquisadora carioca Raquel Valença (amiga do artista e da autora), a coletânea traz ainda textos sobre o processo criativo do sambista, análises de algumas de suas obras e define Nelson Sargento como um “Rizoma do Samba”.

“A inspiração para a alcunha veio da botânica. Eu queria algo capaz de sintetizar essa trajetória marcada por uma conexão intergeracional muito fecunda, pois ele teve contato com as primeiras gerações de sambistas e mantinha parcerias com as gerações mais jovens. Foi quando encontrei, em um livro de botânica, o termo rizoma, que é um tipo de caule que cresce horizontalmente, espalhando raízes e formando redes”, explicou a escritora.

A autora conta que achou interessante essa imagem por representar a multiplicidade de um artista que conviveu com sambistas pioneiros e abasteceu as novas gerações com a água que bebeu naquela fonte. “Quando entendi que muitos rizomas formam uma rede, o que confere maior resistência à planta, falei ‘é isso!’ Porque assim a planta até agoniza, mas não morre”, sintetiza.

LEIA TAMBÉM: Em série, Nei Lopes investiga raízes africanas do Rio 

Compartilhar.

Sandro Moser é jornalista e escritor.

Deixe seu comentário

Patrocínio

Realização

Fringe é uma plataforma de comunicação e entretenimento sobre arte e cultura brasileiras criada dentro do Festival de Curitiba e conta com o patrocínio da Petrobras

Sair da versão mobile