O documentário Anna Mariani – Anotações Fotográficas, dedicado à trajetória da fotógrafa que criou alguns dos maiores marcos da arte visual brasileira, é o destaque deste sábado (31) na programação do CineAlter, festival de cinema que acontece na Aldeia Alter do Chão, do povo Borari, em Santarém, no oeste do Pará.
- Leia Também: Cinco motivos para ver Cidade: Campo no Cinema
No filme, o diretor Alberto Renault evita fazer uma biografia da fotógrafa: conhecemos quase nada da vida afetiva, pessoal e familiar de Anna Mariani (1935-2022). Não há uma imagem sequer do rosto da personagem principal. Para o diretor, interessa unicamente a produção da artista, nascida no Rio de Janeiro e criada em Salvador. Anna impactou a fotografia brasileira na década de 1970 ao retratar lugares que dispõem de poucos recursos materiais.
O filme percorre os mesmos caminhos que a artista trilhou para criar suas duas maiores obras: os ensaios Pinturas e Platibandas (1987) e Paisagens, Impressões: O Semi-árido Brasileiro (1992). Ambos estão, desde 2021, sob a guarda do Instituto Moreira Salles.
CineAlter
Realizado pelo Instituto Território das Artes (ITA) e uma rede de organizações parceiras, o festival celebra o cinema latino-americano e promove um intercâmbio cultural significativo na região Amazônica. Desde sua primeira edição, em 2021, na Vila Balneária de Alter do Chão, o CineAlter atrai os olhares de produtores, players e organizações culturais de toda a Amazônia e do mercado audiovisual nacional. A programação completa dso Cine Alter 2024 pode ser acessada aqui.
Homenagem a mulher tapajônica
Neste ano, com o tema “A Representatividade da Mulher no Cinema e no Ativismo Climático”, o festival homenageia três mulheres do cinema tapajônico: a atriz Odete Costa, a diretora Priscila Tapajowara e a roteirista e atriz Elizângela Dezincourt, por suas suas contribuições à cultura local e ao cinema regional.
Segundo informações do jornal digital O Impacto, a atriz Odete Costa falou da emoção de ser homenageada e de sua atuação no cinema desde a década de 80. Leia a matéria inteira aqui.
“É uma alegria imensa e fundamental para nós, artistas de Santarém e da Amazônia, sermos homenageados no CineAlter. Desde a década de 80, venho cuidando, fazendo e brigando pela cultura. Ser homenageada é extraordinário; chorei de emoção. Fazer cinema na Amazônia é difícil, especialmente para nós, mulheres, que vivemos longe dos grandes centros”, disse Odete na entrevista a O Impacto.
As diversas mostras do festival homenageiam árvores nativas da Amazônia, como Samaúma, Ipê, Seringueira, Açaizeiro, Pitombeira e Jambeiro, cada uma abordando temas específicos do festival. A novidade desta edição é a Mostra Jambeiro, dedicada à exibição e premiação de videoclipes.
Serviço
CineAlter 2024
Onde: Aldeia Alter do Chão
Quando: Até 1° de setembro
Quanto: Entrada Gratuita
