Com informações da Agência Brasil
A ancestralidade negra é o fio condutor das três exposições que o Museu do Pontal, no Rio de Janeiro, inaugura neste fim de semana. As mostras transformam completamente o espaço, que passa a receber festas, danças e ritmos de diversas regiões do Brasil, como sambas, maracatus, folias, reisados, jongos, bois-bumbá e carimbós.
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Festas, sambas e outros carnavais
No sábado (8), às 15h, será aberta a exposição coletiva “Festas, Sambas e Outros Carnavais”, com trabalhos de mais de 60 artistas de 10 estados. A mostra, que estreou no Sesc Casa Verde (SP) e passou pelo Centro Cultural Bienal das Amazônias (Belém), chega agora ao Rio sob curadoria de Ângela Mascelani e Lucas Van de Beuque.
Entre os destaques, o artista visual Juan Pablo, de Bangu, apresenta obras em fio de cobre inspiradas nos bailes funk e nos bate-bolas de sua região. Já Rona, da comunidade Pretos Forros, no Lins, criou duas peças para o museu, incluindo uma instalação no foyer que convida o público a uma jornada lúdica e festiva.
A mostra também presta homenagem a grandes músicos brasileiros retratados em pinturas, fotografias e esculturas. Estão presentes Cartola, Dona Ivone Lara, Martinho da Vila, Pixinguinha, Ismael Silva, Paulo Moura, Luiz Gonzaga, Dona Onete e Mestre Damasceno, sob o olhar de artistas como Walter Firmo, Sérgio Vidal, Adalton Lopes, Walda Marques e Luiz Braga.
Sérgio Vidal: nas batucadas da vida
No domingo (9), às 15h, o museu inaugura a exposição “Sérgio Vidal: nas batucadas da vida”, primeira retrospectiva do artista de 80 anos. Autodidata e nascido na Gamboa, Vidal retrata o cotidiano e o subúrbio carioca em mais de 30 obras. Suas pinturas, influenciadas por Heitor dos Prazeres, fazem parte de acervos do Masp, Pinacoteca, Museu AfroBrasil e do Museum of Fine Arts, em Boston.
Vidal vive atualmente em Pedra de Guaratiba e é reconhecido por representar com afeto a vida popular do Rio. Segundo o curador Lucas Van de Beuque, “sua arte registra os gestos e sons do subúrbio, a batucada como modo de existir”.
Ocupação Naná Vasconcelos
Encerrando o ciclo, será aberta a mostra “Ocupação Naná Vasconcelos – Uma experiência imersiva”, com fotografias, entrevistas, instrumentos e objetos do músico pernambucano. A exposição, inspirada na versão apresentada no Itaú Cultural em 2024, propõe um mergulho sonoro na trajetória de Naná, que misturava berimbau, jazz e ritmos afro-brasileiros.
A abertura, no dia 9, contará com o show “Tá na Roda Tá”, às 16h30, com Patrícia Vasconcelos, viúva do artista, e músicos como Lui Coimbra, Carlos Malta, Bernardo Aguiar, Aline Paes e Negadeza.
Festival e celebração afro-brasileira
O fim de semana será também de festa com um grande festival musical no pátio do museu, reunindo Mart’nália, Jongo da Serrinha, Terreiro de Crioulo, Tambores de Olokun, Tá na Roda Tá e o grupo-show da Unidos de Vila Isabel. Vans gratuitas sairão do Jardim Oceânico e do Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca.
Segundo o diretor Lucas Van de Beuque, “a cultura afro-brasileira estará presente em todas as exposições e apresentações. É um momento de celebração dos quatro anos do museu e das heranças negras que formam o Brasil”.
A diretora Ângela Mascelani reforça que a programação abre o museu “para as grandes festas brasileiras e para o movimento afro-diaspórico”. Ela destaca que oficinas de oralidade e tradição serão oferecidas ao público, trabalhando gestos, danças e modos de fazer que mantêm vivas as expressões culturais afrodescendentes.
Festas, Sambas e Outros Carnavais, Sérgio Vidal: nas batucadas da vida e Ocupação Naná Vasconcelos
Onde: Museu do Pontal – Av. Celia Ribeiro da Silva Mendes, 3.200, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
Quando: 8 e 9 de novembro de 2025, a partir das 15h
Quanto: Entrada gratuita
