Quem tem medo de poesia?
Gregório Duvivier não faz parte deste grupo. Como um apaixonado, faz de tudo para persuadir os outros das qualidades do seu objeto de encanto – até mesmo criar um espetáculo sobre o assunto. No monólogo “O Céu da Língua”, uma comédia poética, o artista usa o seu discurso sedutor pra convencer o público de que tropeçamos diariamente na poesia e o assunto é prazeroso e divertido.
Após estrear em Portugal com grande sucesso em novembro, o espetáculo chega ao ao 33º Festival de Curitiba para duas apresentações nos dias 3 e 4 de abril Teatro Guaíra.
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No monólogo O Céu da Língua, o comediante faz uma ode à língua portuguesa e fala sobre a presença quase invisível da poesia no nosso cotidiano. Após uma estreia de sucesso em Portugal, Gregório mistura stand up com a poesia de Camões e mostra como isso pode ser divertido e prazeroso. “A peça fica na esquina do poema com a piada”, disse.
“Na esquina do poema com a piada”
A peça é dirigida por Luciana Paes parceira de Gregório no espetáculo de improvisação Portátil – e nos vídeos do canal Porta dos Fundos. No palco, totalmente limpo, o instrumentista Pedro Aune cria ambientação musical com o seu contrabaixo, e a designer Theodora Duvivier, irmã do comediante, manipula as projeções exibidas ao fundo da cena.
O resto é só o comediante e sua devoção pelas palavras. Gregório que foi o primeiro colunista deste Fringe, , desde a infância, carrega uma obsessão pela palavra, pela comunicação verbal, pela língua portuguesa. “Acredito que o Gregório tem ideias para jogar no mundo e, com essa crença, a coisa me move independentemente de qualquer rótulo”, diz Luciana, uma das fundadoras da celebrada Cia. Hiato, que estreia na função de diretora teatral.
“O Céu da Língua”, porém não é um recital. Por outro lado, garante Luciana, a dramaturgia de Gregório não deixa de ser poética. “O stand-up comedy aqui é uma pegadinha pra falar de literatura”, como ela bem define. “A peça fica na esquina do poema com a piada”, arremata o ator.