Mostras de companhias tradicionais do teatro nacional. Centenas de espetáculos nas ruas, praças, teatros, espaços culturais da cidade e região metropolitana – até no antigo necrotério de Curitiba.

Quase duas mil pessoas trabalhando, entre equipe técnica e artistas vindos de quatro regiões do país e de países como Argentina, Peru, Bolívia e Estados Unidos.

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Não é fácil resumir o Fringe, mas não é difícil perceber que a mostra sem curadoria é o coração do Festival de Curitiba. Criado em 1998, com inspiração no Festival de Edimburgo, o Fringe reúne apresentações de diversas linguagens, como teatro, circo, dança, música, artes visuais, literatura e atividades formativas.

A mostra aposta na variedade de artistas e vertentes fora do circuito comercial, dando espaço ao surgimento de novos talentos e a criadores que testam formatos e modelos, experimentam e assumem riscos em seus trabalhos.

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Nesta 33ª edição do Festival de Curitiba, o Fringe tem algumas novidades, a começar pela coordenadora, a atriz e produtora cultural Rana Moscheta. Ela destaca que o Fringe mantém a estrutura dividida em três frentes das últimas duas edições: Espetáculos de Rua, Circuito Independente e Mostras.

“Houve grande procura de grupos de outros estados, o que é muito interessante para conhecermos mais do que está sendo produzido Brasil afora”, disse Rana.

As Mostras acontecerão em sete espaços culturais diferentes, com 93 atrações, com destaque para a participação de duas companhias fundamentais do teatro nacional.

Com 43 anos de estrada, a companhia Cemitério de Automóveis fará, pela primeira vez, uma grande retrospectiva de seu repertório dentro do Fringe. A companhia, criada pelo dramaturgo Mario Bortolotto em Londrina nos anos 1980 e que fez história na cena alternativa de São Paulo, fará uma temporada no auditório do Mini Guaíra.

Cena de “Ainda Sobre a Cama”, que está na mostra Magiluth + Lubi. Foto: Phillip Lavra

Outra atração importante é a mostra liderada pelo diretor Luiz Fernando Marques, o Lubi e artistas do coletivo Corpo Rastreado e Grupo  Magilut.

Mostra Cemitério de Automóveis – 43 Anos

Onde: Miniauditório – Glauco Flores de Sá Brito
Quando: 02/04 a 06/04

Notícias de Naufrágios – 02/04 | 21h
Whisky e Hambúrguer – 03/04 | 21h
Deve Ser do Caralho o Carnaval em Bonifácio – 04/04 | 21h
Saco de Ratos (show) – 05/04 | 21h30
Efeito Urtigão – 06/04 | 20h

Mostra + LUBI: Cama, Cinema e Teatro

Onde: Casa Hoffmann
Quando: 29/03 a 02/04

Um Clássico: Matou a Família e Foi ao Cinema – 29/03 e 30/03 | 16h
Ainda Sobre a Cama – 01/04 e 02/04 | 18h
Dramaturgia em Processo (oficina) – 31/03 e 01/04 | 14h
Como Trazer os Temas de Hoje a Partir de Obras do Passado – 01/04 | 19h40

Além destas, há a Mostra Duo 15 Anos – Bodas de Resiliência, do Coletivo Duo de Salvador (BA); a tradicional Mostra Fexo, de alunos egressos da Unespar; a Mostra Mulheria na Alfaiataria, com diversas artistas mulheres de Curitiba; a Mostra Solos para (Re)Existir!, com artistas e grupos de Londrina (PR), a Mostra Iminente, da companhia Ladyléo, de Maringá (PR), e as mostras Minas Para Ver de Perto, Plastic Doll, Circo Rodado e AnimaRua, esta com a presença de companhias sul-americanas.

Segundo Rana Moscheta, essas presenças reforçam a importância do Fringe como um “local de alta visibilidade e trocas”. “O Fringe é um espaço para trocar experiências, aprender com colegas de profissão e divulgar os trabalhos. Que seja assim para todas as companhias”, afirmou.

Nas ruas

Fringe: 12 dias de festa entre público e artistas nas ruas de Curitiba Foto: Arquivo /Festival de Curitiba

O Fringe acontece, principalmente, nas ruas. Neste ano, serão ocupadas oito praças de Curitiba e quatro da Região Metropolitana com espetáculos de rua.

Entre as 42 atrações de rua, um dos destaques é o espetáculo “Estou bem aqui e lembrei de você”, do Em Bando Coletivo, de Santos, que propõe uma “audiotour”. O público é convidado a levar celular e fones de ouvido para uma “deriva guiada pela cidade”.

Cenas do espetáculo “A Maldição dos 27 Anos” no antigo necrotério de Curitiba. Foto: Lúcia Biscaia

O Circuito Independente soma mais 27 locais à programação, em espaços culturais como museus, parques, clubes, casas de cultura, etc. Nenhum espaço, porém, tão inusitado quanto o Museu Paranaense de Ciências Forenses, um antigo necrotério, onde será apresentada a peça “A Maldição dos 27 anos – um guia de sobrevivência”, da Vigor Mortis.

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Na programação musical, o Fringe também traz shows. A banda Saco de Ratos, de Mário Bortolotto, se apresenta no Mini Guaíra. Já na Mostra Mulheria, o destaque é o show “Melindre”, de Klüber, na Alfaiataria.

Ela prevê doze dias de encontros entre artistas e público nas ruas e teatros. “Há muitos espetáculos com diversidade cultural, e esperamos que seja uma experiência enriquecedora para os grupos, tanto na relação com o público quanto com a cidade”, concluiu Rana.

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Fringe é uma plataforma de comunicação e entretenimento sobre arte e cultura brasileiras criada dentro do Festival de Curitiba e conta com o patrocínio da Petrobras

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