Corrói o peito como se estivesse rasgando. Uma dor audível e com certeza também, identificável.
Tudo Maré reflete o fim de um término amoroso que Majur coloca com a precisão capaz de fazer com que sintamos com ela tudo o que seu coração fala. Uma maré que vai e volta, ou seja, ciclos que terminam e se renovam.
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E para acompanhar uma letra dolorida, nada mais acertado do que uma bossa nova, esta aliás que faz jus ao que Tom, Vinicius e todos os outros medalhões do estilo aprovariam com louvor.
Sobretudo pela elegante produção de Mario Adnet (ganhador de dois Grammys latinos). Tudo Maré é uma canção capaz de transportar para o pôr do sol no arpoador simplesmente para deixar as lágrimas caírem.
“Saímos de dores e vamos para novos amores, às vezes carregando coisas do passado”, disse. “O interessante é observar quem é de fato aquela pessoa e, para observar é só você ver as ações. É o descobrir de fato. Precisa de tempo para descobrir quem é o outro porque cada um é um mundo. Eu já falei isso antes, inclusive em outras canções.”, contou à CNN
Primeiro single do seu terceiro álbum, a cantora ainda lançou um belo clipe da música que foi gravado em uma mansão na comunidade do Vidigal. A produção contou só com mulheres, desde a diretora, Marina Zabenzi, com quem Majur já trabalhou em “Andarilho”, à contrarregra.
Tudo Maré de certa forma inaugura uma nova fase na vida da cantora baiana. Diferente dos álbuns anteriores onde o pop era o foco central, ela agora parece acenar para um momento mais intimista que promete revelar novos conceitos.
Mais sobre Majur
A cantora ficou conhecida do grande público depois da participação em AmarELO, do rapper Emicida, na faixa com o célebre sample de ‘Sujeito de Sorte’, de Belchior.
Seu primeiro single 20ver solo tinha sido lançado em 2019.
Em 2020, lançou Andarilho, faixa do primeiro álbum de estúdio e que foi gravado à distância devido à pandemia de Covid.
Seu segundo disco, Arrisca, foi lançado ano passado e conta com participações de Ivete Sangado, Xamã e Olodum.
